domingo, 15 de agosto de 2010

Coluna do Mafú: "Do Fogo ao LED"



Do Fogo ao LED
A evolução da luz e o Projeto Reluz

E disse Deus: “Faça-se a Luz” e a Luz foi feita (Gênesis 1:3).
Por Valdemir Vieira
Vereador Mafu (PV)

A primeira coisa que Deus criou foi a Luz para separar e iluminar as trevas e, desde os primórdios, a humanidade sempre ambicionou tornar as noites menos escuras. O grande salto na pré-história foi a descoberta do fogo que, além de aquecer e proteger os clãs, também serviam para iluminar as noites que não fossem as de lua cheia.
Na antiguidade, as grandes tragédias do teatro grego eram encenadas a partir do nascer do sol e os teatros eram construídos em lugares com abundante luz natural. No início da idade média e com o advento e crescimento do cristianismo, as grandes catedrais e igrejas eram construídas priorizando os grandes vitrais, também para favorecer a luz solar, pois as celebrações e liturgias eram realizadas durante o dia. Na média e alta idade média as tochas foram para dentro das tavernas, onde havia os encontros políticos que favoreceram, mais tarde, a revolução francesa e, das tavernas foram para os castelos onde, nas noites, começaram as apresentações de comédias e circenses para os nobres.
No renascimento, bem no início da idade moderna, por volta do século XVI, a vela, invenção dos antigos fenícios, começou a iluminar os teatros, igrejas, cabarés e tavernas, foi a era dos grandes candelabros e castiçais. As apresentações artísticas e cultos religiosos agora eram realizados durante a noite também. Havia o risco de incêndios e a luz era fraca e esquentava demais o ambiente.
Em 1783, Ami Argand cria um tipo de lampião a óleo, os famosos lampiões Argand; em seguida veio o lampião Astral francês e o criado por Bernard Carcel, produzindo uma luz mais constante. Nos EUA usavam o óleo de baleia, logo depois veio o querosene. Em todos os casos, os lampiões eram bastante inconvenientes, sujavam o teto, as cortinas e os estofados.
Em 1807, os lampiões a gás começam a iluminar as noites de Londres; em 1819 é a vez de Paris e, a partir de 1850, disseminou para o mundo criando, também, uma nova profissão-o Acendedor de Lampiões.
Em 1879, o americano Thomas Edson revoluciona o mundo ao fabricar a primeira lâmpada de incandescência com filamento de carbono, substituindo o lampião a gás, permitindo a generalização do uso da eletricidade em todo o globo.
No Brasil, em 1883, D. Pedro II inaugurou o primeiro serviço público municipal de iluminação em Campos dos Goytacazes-RJ, tornando esta a primeira cidade da América Latina a receber iluminação pública elétrica, através de uma termelétrica a vapor fornecendo energia para 39 lâmpadas de 2000 velas cada. De lá pra cá muita coisa mudou.
Coordenado pelo Ministério de Minas e Energia, e desenvolvido pela ELETROBRÁS, através do PROCEL - Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica, o ReLuz foi lançado em junho de 2000 e, em 2008, Lorena assinou o convênio que tem o objetivo de modernizar a iluminação pública das cidades, aumentando a segurança e economizando energia. Pelo projeto, o governo federal financia 75% do custo, enquanto as concessionárias de energia elétrica e a prefeitura entram com 25% de contrapartida. Assim foram trocadas as iluminações das Avenidas: Peixoto de Castro, Sete de Setembro, São Pedro, Targino Vilela Nunes e Tomas Alves Figueiredo por lâmpada de vapor de sódio.
Alguns profissionais do ramo fazem críticas ao projeto devido à pequena abrangência da rede e também referem que a lâmpada de vapor de sódio já foi ultrapassada pela luz de LED.
LED é a sigla em inglês para Light Emitting Diode, ou Diodo Emissor de Luz. Esse tipo de iluminação pode ser descrito como o terceiro estágio na evolução da lâmpada elétrica. O primeiro, representado pela lâmpada incandescente de Thomas Edison. O segundo, iniciado nos anos 30, são as fluorescentes. A tecnologia do LED é bem diferente das duas anteriores. A lâmpada é fabricada com material semicondutor semelhante ao usado nos chips de computador. O resultado é uma peça muito menor, que consome menos energia e tem uma durabilidade maior, além de ecologicamente correta, pois não atrai insetos. Enquanto uma lâmpada comum tem vida útil de 1.000 horas e uma fluorescente de 10.000 horas, a LED rende entre 20.000 e 100.000 horas de uso ininterrupto. Apesar de seu custo inicial ser mais caro, a economia trazida por ela vale o investimento.
Uma lâmpada incandescente converte em luz apenas 5% da energia elétrica que consome. As lâmpadas LED convertem até 40%. Essa diminuição no desperdício de energia traz benefícios evidentes ao meio ambiente. Nos países em que a eletricidade é produzida a partir da queima de combustíveis fósseis, essa economia significa nove vezes menos gases do efeito estufa na atmosfera. As lâmpadas LED são a prova de que o desenvolvimento tecnológico é a forma mais eficiente de combater o aquecimento global.
Devido a todas essas vantagens, entrará em deliberação um projeto de lei de minha autoria, autorizando a nossa administração a implantar a iluminação com luz de LED nas nossas praças e principais vias, começando pela praça Arnolfo Azevedo e os calçadões da Dr Rodrigues de Azevedo e Duque de Caxias, pois além de clarear e economizar energia trará mais segurança a nossa população, colocando a cidade na vanguarda da iluminação ecologicamente correta.

Fonte: ANEEL - Manual para Elaboração do Programa Anual de Combate ao Desperdício de Energia Elétrica da ANEEL – Ciclo 1999/2000, disponível em www.aneel.gov.br

BREMAEKER, F. E. J. de – A Iluminação Pública no Brasil: Situação e Custeio – IBAM, 2001 – 13p.
Eletrobrás 2004, Manual do Programa ReLuz , Eletrobrás/PROCEL – Rio de Janeiro – 55p – disponível em www.eletrobras.com/procel.
Eletrobrás 2006, Substituição de luminárias convencionais por luminárias a LED na Iluminação Pública, 18p

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