domingo, 20 de fevereiro de 2011

Coluna do Mafú: Da revolta de JASMIM ao legado de MACHU PICCHU


Da revolta de JASMIM ao legado de MACHU PICCHU
O que ainda precisamos aprender...
Por Valdemir Vieira
Vereador Mafu (PV)
Estamos de volta ao nosso espaço no Guaypacaré... 2011 começaram convulsionando.
Nem mesmo o fim das ditaduras militares na América Latina (principalmente na Argentina e Brasil) nos anos 80, a fragmentação da União Soviética ou a moderação do socialismo na China, após a entrada desta no mundo capitalista, conseguiram sacudir tanto o mundo Árabe quanto um suicídio.
No dia 17 de dezembro passado, o jovem Mohamed Bouazizi ateou fogo em si mesmo após ser impedido por policiais de vender vegetais, inclusive flores como o Jasmim, numa banca na calçada. Desempregado como a maioria dos seus compatriotas, Bouazizi, com essa atitude desesperada, não viveu para ver a Revolução que causou em seu país - a Tunísia.
O fogo que apagou aquela vida incendiou os ânimos de uma grande massa de jovens que foram para as ruas pedindo o fim do Governo do Ditador Zine Al-Abidine Ben Ali e a abertura para a Democracia. Algumas semanas depois, Ben Ali deixou o poder na Tunísia após 23 anos e o governo de transição promete reformas políticas para a democracia. Como uma epidemia, esse movimento se alastrou para os países vizinhos do norte da África como o Egito. O presidente egípcio Hosni Mubarak, há quase 30 anos no poder é a bola da vez. Protestos inflamados e até vandalismo como a depredação de museus que guardam a história da civilização mais antiga do mundo, estão tomando conta do país das pirâmides. O exército já avisou que não vai atirar em seu povo, pelo jeito...
Os países como o Iêmen onde o presidente Ali Abdullah Saleh governa há 32 anos; a Líbia de Muhammad Gadaffi há 42 no poder; o Marrocos do rei Mohammed VI a 21 anos no palácio, assim como o rei Abdullah II da Jordânia, herdeiro de um trono que mantém no poder o seu clã familiar naquele país desde 1921, bem como a Argélia, Sudão, Omã, Arábia Saudita e Mauritânia, foram marcados por protestos pedindo democracia. Da África até as fronteiras da Ásia Menor o movimento se repete
Das fábulas das mil e uma noites de Sherazade ficou apenas a herança de Governos de Ditaduras deixadas por Califas e Sultões como monarquias, emirados, militares e teocráticos. No Irã de Mahmoud Ahmadinejad, as pressões internacionais livraram, por enquanto, Sakineh Mohammadi da pena de morte por apedrejamento devido à acusação de adultério, no entanto, naquele país, um iraniano morre a cada oito horas por enforcamento.
No Brasil, as manifestações em Santo Antônio do Descoberto, cidade de aproximadamente 63 mil pessoas, no interior de Goiás, no último dia 24 de janeiro, deram mostra do que uma população insatisfeita pode fazer. As altas tarifas dos coletivos, a falta de água e saneamento, o péssimo atendimento na saúde e educação, bem como as péssimas condições das vias públicas e lixo espalhados na cidade, foram os principais motivos da revolta deflagrada pela população. Após confronto com a polícia, o Padre da cidade pacificou ao recolher as pessoas dentro da igreja. O Prefeito David Leite, que herdou uma grande dívida na prefeitura, conseguiu audiência com o governador de Goiás e as providências começam a ser tomadas na cidade, tomara!
Novamente, as chuvas causando mortes no país afora. Esse ano completa 100 anos da descoberta da cidade Inca de Machu Picchu, construída no alto dos Andes peruano há mais de 500 anos. Região de chuvas torrenciais e terremotos, a cidade nunca desmoronou como os morros da região serrana e outros como vimos em anos anteriores. A cidade abriga templos, palácios e edificações como casas e mausoléus, porém, a civilização pré-colombiana já sabia que o mais importante era construir uma base sólida para a cidade não desmoronar. Assim, construíram os terraços de Machu Picchu que são como grandes escadarias sobre a montanha. São estruturas formadas por muros de pedra preenchidos com diferentes materiais como pedras grandes e pequenas, cascalho, areia, argila e cobertos por terra fértil, pois nos terraços se cultivava o milho, principal alimento desse povo sábio e é por onde as águas drenam. Atualmente é uma das 7 maravilhas do mundo.
Nesses dias em que os olhos do mundo se voltam para os governos de ditaduras e nas péssimas administrações públicas, alheias ao interesse do povo e lamentando o grande número de mortos pelo clima, falando em sistema de alertas para as chuvas e fechando os olhos para as construções em áreas de risco, fica a reflexão para tomarmos as rédeas na construção de uma sociedade melhor. Afinal, ninguém precisa de um corpo em chamas para tomar atitudes sóbrias... E sábias.
Referências
1-Tupac Amaru, a vida, a época e a execução do último Inca.
2-www.suapesquisa.com/pesquisa/incas- visitado em 30 de janeiro de 2011.
3- www.outraspalavras.net/.../o-que-disparou-a-revolucao-do-jasmim/, visitado em 28 de janeiro de 2011.

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