domingo, 18 de julho de 2010

Coluna do Mafú: A fé não costuma falhar!

A fé não costuma falhar!
Por Valdemir Vieira
Vereador MAFU (PV)


Do final do século XIX, até as primeiras décadas do século XX, a sede da fazenda do Ipê no Bairro da Cruz, cujas terras abrangiam desde o atual Bairro Jardim Novo Horizonte até a Vila Brito, servia como base de encontro e reabastecimento dos tropeiros, que vinham das áreas rurais como Santa Lucrécia, Pinhal. Serro Alto, Paraitinga e Cunha, através da Estrada Intermunicipal Lorena-Campos de Cunha, mais conhecida como estrada do Pedroso, que cortava a região. Em 1909, com a inauguração do 5º BIL (Batalhão de Infantaria Leve de Lorena) estabeleceram-se, perto da construção, algumas famílias ligadas às atividades do batalhão como a Família Pádua e algumas famílias tinham em suas matriarcas, as principais fontes de renda, pois estas habitavam o morro conhecido como o Morro das Lavadeiras e lavavam as roupas dos militares, aumentando o aglomerado.
Com o passar dos anos, a Família Stockler, dona da Fazenda do Ipê, criadora de búfalos e que cultivava o plantio da cana-de-açúcar, fez pequenos loteamentos da extensa fazenda, iniciando o povoamento do Bairro da Cruz, pois os antigos tropeiros, naturais em sua grande maioria da cidade de Cunha, foram adquirindo os lotes em torno da Estrada do Pedroso, atual Avenida Sete de Setembro, surgindo algumas vendas e ranchos para hospedagem dos tropeiros que vendiam e compravam mercadorias no centro da cidade, sendo hoje a maior concentração de cunhenses e descentes destes fora do município de Cunha.
Esse fato ocorreu com o Senhor José de França Motta (Zeca Motta) e Dona Maria de França Motta por volta do ano de 1949, quando vieram de Cunha com toda sua família, se estabelecendo às margens da antiga Estrada do Pedroso, onde construíram um rancho que servia como pousada para os tropeiros e demais viajantes. No início da década de 1950, um congregado mariano da Matriz com o propósito de pagar uma promessa à Nossa Senhora de Fátima, por ter se salvado em um acidente na fábrica de pólvora, iniciou um movimento religioso, ensinando a rezar o terço e a catequese para as crianças em suas casas, levando mais tarde, esse aglomerado, para o rancho do Sr. Zeca Motta, onde surgiu a idéia de comprar um terreno para a construção de uma igreja no bairro.
Em 1958, foi lançada a pedra fundamental da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, com as bênçãos do Padre João Hipólito na gestão do prefeito Braz Pereira de Oliva. Essa construção movimentou a pequena comunidade com quermesses e diversas doações, sinalizando este terreno com uma enorme CRUZ, que segundo alguns moradores mais antigos, foi a razão do nome do Bairro. Este senhor que iniciou todo esse movimento foi o saudoso Srº Luiz Bento Rosa, que legou o seu nome ao Salão Paroquial da Igreja Nossa Senhora de Fátima no dia 13 de maio de 2009. A FÉ NÃO COSTUMA FALHAR, já dizia o dito popular e as aparições de Nossa Senhora de Fátima para as três crianças Lúcia, Jacinta e Francisco na Cova da Iria em Ourém, Portugal, em 1917, foi um acontecimento de dimensões continentais para uma época que não existia televisão e nem internet; em poucos anos fez um milagre na vida de um homem e, da sua devoção, sonho e fé, uma realidade na vida de centenas de pessoas espalhadas por toda a cidade, pois de uma cruz erguida num terreno nasceu o nome e a devoção de um bairro e, da velha igrejinha, uma construção moderna e também outros sonhos, alimentados pela mesma fé e unindo as pessoas num objetivo comum - a conclusão da obra do bem possível Santuário de Fátima. Assim a comunidade ensina mais uma lição que sua própria história já contou: Que um sonho sonhado junto se torna uma realidade. Parabéns a todos que trabalharam no evento e para quem não foi, a comissão de festeiros promete vários outros eventos imperdíveis em breve, sob as bênçãos de Nossa Senhora de Fátima!

Nenhum comentário:

Postar um comentário